sexta-feira, agosto 24, 2007

casa & cia.

FAMILIARIDADES É por essas e outras que eu adoro a minha mãe:

Eis que a ela, no cúmulo da sua irritação matinal, me solta a seguinte seqüência de palavrórios - naturalmente acompanhados de uma fina ironia caracterísitca -, tendo em vista a minha atual situação condenável,

"Seu Carlinhos da Maia!
Seu Brás Cubasinho!
Quando eu vejo você sentadinho de manhã com seu robe de chambre lendo romance me vem um ódio!!
Eeeeeeeeu odeio!!
Seu burguesinho! Seu fidalguinho em decadência!!"

Foi lindo. Adotei o título. E ainda revidei:

"E você!? Sua sinhazinha! Filha de senhor de engenho! Se deita na rede e fica tardes sendo abanada! Malvininha!"

Enfim, isso só assegura, filho de peixe...

domingo, agosto 12, 2007

mitifico

IMAGENS 14 de julho de 1789, França, queda da Bastilha. A Bastilha, um prédio de 3 andares com 4 únicos prisioneiros (sendo 2 deles nobres). 7 de setembro de 1822, Brasil, declaração da Independência. O Ipiranga, uns gatos pingados com o príncipe regente montado num burro (possivelmente com problemas intestinais).

Eu gosto de mitos. Gosto de acreditar que d. Pedro I estava num árabe puro sangue, pomposo ao tirar a espada da bainha e fazer as margens plácidas do Ipiranga ouvir o grito da Independência. Gosto não, acredito. Assim como os revolucionários franceses fizeram da Bastilha um marco incrível, os brasileiros fizeram do Pedro I um herói romântico.

Mas aí vem a República, que transforma d. João VI em um balofo covarde, Pedro I em um mulherengo e Pedro II no Banana corriquiero. E em compensação transforma Tiradentes - sim, um moço quase esquecido de Minas - em mártir Republicano com cara de Cristo. Isso que a Inconfidência foi incompetente e era, além de restrita, regional, cuja influência se limitava exclusivamente a Minas.

Che, herói, Fidel, ditador. Hitler, nazista, Getúlio, pai dos pobres.

Crescei e mitificai-vos, poderiam ter nos dito. Eu gosto de acreditar no grito do Ipiranga megalomaníaco. Na grande Bastilha tomada à força. No Tiradentes covardemente mutilado. Se sou crédulo, besta, fantasiador?, que me importa?

Não gostou do final do livro?, então crie o final você mesmo. Decepcionou-se com a não-existência do Papai Noel?, acredite nele, sim, que pra você ele existe. Isso não é se deixar enganar, não!, é antes de mais nada sonhar e imaginar, que é o pouco que nos veio de fábrica.

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quinta-feira, agosto 09, 2007

see what I see

JUL. - Ay me!
ROM. - She speaks.
O, speak again, bright angel, for thou art
As glorious to this night, being o'er my head,
As is a winged messenger of heaven
Unto the white-upturned wond'ring eyes
Of mortals that fall back to gaze on him,
When he bestrides the lazy-pacing clouds
And sail upon the bossom of the air.
JUL. - O Romeo, Romeo! wherefor art thou Romeo?
Deny thy father and refuse thy name;
Or, if thou wilt not, be but sworn my love,
And I'll no longer be a Capulet.

Ô coisa chata. Midsumer's Night Dream (que não é lá a melhor coisa) dá um pau.
Se eles pelos menos passassem "uma tarde em Itapoã, ao sol que arde em Itapoã... Ouvindo o mar de Itapoã, falar de amor em Itapoã...", fosse mais interessante...

terça-feira, agosto 07, 2007

pausa temporária.

É. Eu consigo postar, mas não consigo ver o raio do blog.

Agora é greve. Não posto mais enquanto ele não deixar de birra.

E, sim, se essa brincadeira durar mais de semana, ele que se vire. Mudo-me.

sábado, agosto 04, 2007

equilibristas do meio-fio

POLÍTICA Como diz a outra (Barbara Gancia), quem cansou, que se sente. E tome um refresco. Quem tá cansado, não age. Cansou de jogar?, então pára. Mas o fato é que tá todo mundo (não é um só na primeira pessoa do singular) cansado, e faz muito tempo. Afinal, quem é que se alevanta e diz alguma coisa? quem é que joga na cara o mar de lama? quem é que pune? É muito fácil ter cara de legume estragado e falar do Presidente analfabeto, ou ser metido a meliante barbudo e dizer que tudo é golpe da elite. A esquerda desse país é burra, mesmerizada, arcaica! A direita é hipócrita, traquinas e demagoga.

Agora vem o pitaco do povo, já pensa errado: político é tudo igual. Então mude! Seja... original, não é o que todo mundo quer? Candidate-se!, vire o jogo, faça alguma coisa! E vê também se squece um pouco, se tá lá se tá cá, a pergunta é: cade a gente?