terça-feira, setembro 21, 2010

poema

POEMA Eis um poema que me nasceu ontem de cabeceira:

O Grito

"How now! What noise is that?"
(Hamlet, ato IV, cena V)

Ouçam!... É noite.
Ouço o grito que não sei se é real.
O grito da mulher arruinada
ou pio da coruja faminta
ou sopro da imaginação alimentada pelas mais profundas trivialidades...

O grito é o rasgo da verdade
A brecha que cinde o mundo.
Cesariana da realidade, o rangido
do parto forçado.

Forças que não se sabe da onde vêm,
O que são,
Nem por que gritam.

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