quarta-feira, dezembro 19, 2007

viva o território brasileiro

UNIDADE TERRITORIAL DO BRASIL I ~ Do Reino Unido ao Primeiro Reinado

Nunca houve na história do Brasil uma elite nacionalista. Nem no tempo do Getúlio. Uma elite nacionalista como havia na Alemanha nazista, na França revolucionária, em Portugal da Revolução de Avis, nunca houve. Ora, se a elite brasileira não é patriota, por que as elites regionais não extimularam seus processos separatistas, por que deixou (já que sempre foi a elite que navegou o país para onde ela queria) as diferenças cultural, física, política e econômico-regionalistas de lado e não fragmentou o país em mil pedacinhos, por que o interesse da zelite de deixar o país como é?

Para se falar de Unidade Territorial, tem-se que pensar em Brasil como nação formada, o que só acontece com a elevação da colônia a Reino Unido a Portugal em 1815, quando o Brasil deixa de ser um território mercantilistamente dependete e passa a ser uma Nação. E junto com uma nação vem um povo, uma cultura.

Por ser Dão João VI o poder centralizador, todas as instituições estavam ligadas à monarquia portuguesa. O Rei criou no Rio de Janeiro um aparato administrativo, uma máquina de Estado, à qual deveriam estar subordinadas todas as outras províncias, o que não dava margem para separatismo.

Eis que Dão Pedro I lança mão da Independência do Brasil em 1808. Na época do Império, é fácil entender a Unidade. O poder centralizador dado ao Imperador pela Constituição, os governadores das Províncias eram nomeados, pouca probabilidade de subversões.

Mas bem na época da Independência, a coisa muda um pouco de figura. Ainda que inteiramente centralizadora, houve províncias descontentes com a idéia da Independências. Províncias do Norte e Nordeste mais ligadas à Portugal do que ao Rio de Janeiro. E essas províncias não vão ficar quietas. Bahia, Pará, Maranhão e Cisplatina foram e fizeram sua guerrinha. O que de nada adiantou, que por alguma habilidade política que lhe veio com o sangue, Dão Pedro (ou seria José Bonifácio - o homem por trás de tudo?) conseguiu conter os ânimos e reintegrar a nação.

Depois - para os cabelos brancos do Imperador - os nordestinos se organizam na Confederação do Equador contra o poder centralizador da Monarquia e a Constituição de 1824, outorgada, aquela história toda... Foram arrasados pelas tropas imperiais. A brutalidade com que o Império investiu contra os confederados contribuiu suficientemente para abdicação do imperador.

E, com a abdicação, o mocinho-Pedro-II de 5 anos não podia governar, Regências. Disputa pelo poder, o caos se instaura. Os 9 anos de Regência foram os mais sangrentos da História brasileira. E, agradecemos ao sangue derramado, porque se alguma vez a nação correu sério risco de se fragmentar, a hora foi justamente essa.

(Segurando audiência. Até o próximo capítulo.)

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