quinta-feira, setembro 13, 2007

freud, sem complexo

FREUD Édipo mata o pai e casa com a mãe. Tudo isso regado na melhor concepção trágica grega, com todos os pingos nos is. Aí vem o senhor Freud e institui o Complexo de Édipo. Recheado de complexidade psicanalítica, Egos e Ids. Alguns pesquisadores dizem e insistem que o incesto não aconteceu na "realidade", ou na primordial essência, do mito. Explico. Há quem diga que a tragédia original de Édipo se resume ao assassinato do pai, e que o casamento com Jocasta seria legítimo - já que esta não seria na realidade sua mãe. Sofócles teria apenas incrementado a história, dando-lhe um tom mais trágico. Essa teoria desbanca Freud. Verdade? O que muita gente confude é, não!, Édipo não sofria do Complexo homônimo.

A tragédia de Édipo - escrita por Sófocles, necessário salientar - é usada por Freud como uma mera alegoria, referência metafórica para o seu estudo. O Complexo de Édipo não é uma leitura freudiano-psicanalítica da tragédia, massim um fenômeno real(?), cuja essência é evidentemente análoga ao enredo peça. Édipo-personagem não sofre de Édipo-complexo. Isso seria incompatível tanto com o mundo grego e como com o trauma freudiano. São apenas duas coisas independentes que compartilham o mesmo nome, por associação do Freud - que pode ter sido infeliz.

O negócio é ler. As duas. E tirar as conclusões. O que eu escrevi aqui é óbvio, mas - pasme - há quem confunda.

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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

freud fez uma associação deveras infeliz.

16/9/07 15:59  

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