segunda-feira, agosto 10, 2009

"so this is how liberty dies: with thunderous applause." (Padmé Amidala)

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO É de se elencar todas as grandes e magnânimas realizações da gestão demo-tucana no estado e município de São Paulo. Estou me referindo, naturalmente, ao atual governo de José Serra (PSDB - SP) e Gilberto Kassab (DEMo - SP). Prohibição da circulação de fretados no centro expandido, lei Cidade Limpa, Ponte Estaiada, lei antifumo, Rodoanel.

Essas realizações implicam em duas coisas: gastação de dinheiro com inutilidade e prohibições. Explico. Todas as leis citadas aqui são leis que negam alguma coisa: o fumo, a circulação de ônibus fretados, de propagandas em outdoors e outras mídias na cidade. Negar, ou prohibir, alguma coisa é não só simples como barato. Resolver o problema dos que não fumam foi simples, resolver o problema dos que sofrem com o trânsito por culpa dos fretados foi simples, resolver o problema dos que sofrem de cegueira por excesso de informação visual foi simples. E igualmente barato: custou para os cofres públicos o papel para assinar a lei e a tinta da caneta. Os fiscais, pagam-se com um salário mínimo: é mais fácil deixar tudo na mão dos dedo-duros (nova política fascista de fiscalização civil).

Quanto às obras inúteis, refiro-me às obras do metrô, ponte estaiada e rodoanel, são caras e não resolvem problema. Aparentemente, todo o dinheiro salvo nas leis que prohibem é usado em contruções faraônicas, que não vão resolver problema algum. Veja bem!, a modernização do metrô e da CPTM, sua expansão são saudáveis e necessárias, mas não são suficientes. O rodoanel, que nem completado está, já foi parcialmente vendido (dinheiro gasto pra encher o bolso dos terceirizadores) e a ponte estaiada é uma homenagem mais que merecida ao Roberto Marinho que liga duas áreas ricas da cidade, custando 184mi de reais. O dinheiro dessas obras viárias para construções poderia ser usado em empreitadas bem menos megalomaníacas, cujos resultados seriam bem mais benéficos aos cidadãos da cidade.

É curioso pensar que prohibições e obras gigantescas é o tipo de atitude conhecida de governos... igualmente conhecidos. Tudo isso - como sempre - alavancado pelo estrondoso apláuso da classe média, que faz eleger esses governantes. Acabamos sempre por preferir aos monomotorizados, que moram no Morumbi e no Brooklin. Aos infelizes que moram em S. Bernardo do Campo, que lhes sirvam os ômnibus lotados e as horas de espera em pontos longínquos e desimportantes.

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1 Comments:

Blogger Samuel G. said...

A favor de um certo regulamento anti-fumo eu sou. Acho ridículo pessoas que não fumam serem obrigadas a respirar fumaça de outrem; entretanto, essa lei é mesmo um absurdo. Devia mesmo caber ao estabelecimento permitir ou não fumo dentro de seus aposentos e dividir as áreas de fumantes e não-fumantes - e não um governo burro simplesmente proibindo em todos os lugares. Lei burra, que infelizmente ninguém lutou contra com muita vontade.

Quanto às "prohibições": a História é mesmo um ciclo. Estamos mesmo entrando numa possível nova era de restrições e proibições. Em breve precisaremos fazer uma revolução, tal qual a revolução das feministas ou a dos hippies. O problema é: estariam as pessoas dispostas?

Afinal, tudo pode até ser um ciclo, mas e essa apatia bizarra estacionada na mente das pessoas? Pode até ser familiar, mas não consigo enxergar assim. Só posso ver essa apatia como algo completamente nocivo à sociedade, e que pode tornar essa era de proibições pior que todas as outras. Se em outros tempos as pessoas não faziam nada por não terem lá tantos direitos e terem que antes lutar por eles, hoje em dia é diferente; elas não fazem nada simplesmente porque ignoram seus próprios direitos. Esqueceram o significado dessa palavra.

Deprimente, no mínimo.

16/8/09 00:01  

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